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Cariolato  Fotógrafo

 

                               Com uma pesquisa inédita e autoral o acervo Fotográfico de Bonaventura Cariolato , está sendo transformado, sendo recuperado e preservado em formato digital, pela fotógrafa e professora especialista Marisa Felice Porta .

                               Os amantes do renomado e reconhecido Internacionalmente artista de Malo Itália radicado em Franca na década de 30 ,  agora vão se inteirar das origens de suas obras  tão plásticas e realistas, através do encontro de suas pesquisas e documentação em campo.

                               O acervo fotográfico de Cariolato (1894/1989, verdadeira pérolas de uma evolução, histórica e urbanística documentada em slides coloridos, negativos e fotografias pb , réplicas de época, costumes, campos, cerrados, matas, nascentes e a pacata cidade de Franca e seu entorno rural, com um olhar próprio, foco e perspectivas que só um artista retrataria tal leitura originárias para suas obras a óleo, Claraval, Ibiraci e Peixoto parecem lhe tocar mais forte, o detalhamento pictório é relevante.

                               Cariolato dá a impressão de encantado com o país Brasil e seu interior , nada passa ao seu olhar sem ser flagrado por sua lente, um tronco, um ipê, um cavalo ou um boi, ícones para uma composição futura, pés descalços, mãos com latas, roupas no varal, vento para não levar embora estas lembranças imagéticas tão carregadas de vida e costumes, alheios ao seu estar natural de origem, origem que tinha ao fundo de sua casa um riacho com peixes prateados e ao fundo uma vista dos congelantes Alpes suíços.

                      Em seu Atelier  em perfeito estado de conservação, os originais slides e negativos pb, acondicionados e várias gavetas de seu birô, em caixinhas amarelas, aquelas, dos laboratórios Kodak, entre outras de parafusos, arames, canivetes, lixas, etc. Em bom volume vê-se também o documentário de seu retorno a Itália por volta de 1950, onde parecer que ao viajar pelo interior da Itália, Cariolato tente em seus retrato comparar e publicar paisagens urbanas e aproveitando uma pitada de monumentos histórico, fachadas, texturas e barrocos.

                               Bonaventura Cariolato, um “Michelangelo” da era moderna, fotógrafo, desenhista, escultor, construtor, inventor e de resultado um premiado artista plástico de telas à óleo e um exímio  aquarelista.

                                Quem visita seu Atelier pela primeira vez, ao pé do degrau, recebe a impressão de sua presença, é sua obra enquadrada nas paredes, vê-se verdadeiros retratos  sua pintura, são perfeitos em seus enquadramentos, nos focos detalhados no caminho do olhar, que só um fotografo retratista escreve, a leitura de sua obra plástica natural e realista traz o cotidiano em uma estampa própria, que ao final são esmaecidas com tinta suja. Apesar de há muito frequentar o  Atelier de Cariolato e já ter intimidade com suas gavetas desde a década de 90, sempre quando piso no primeiro degrau, parece que é a primeira visita que faço, o impacto e a impressão ´são os mesmos, apesar de tudo estático o movimento é intenso, entre, morros, casarios, carros de boi, vielas a que nos remete.

                               Este é o desafiador diferencial, digitalizar Cariolato e digitalizar slides, negativos e fotografias, primeiro perpetuar este olhos que fizeram em transparências tão complexos e estéticos argumentos de luz, traços, texturas e  profundidades, e, segundo não sujar estas cores na origem para corrigi-las depois em edições digitais, a fidelidade na cópia seria o ponto alto da pesquisa o elemento técnico.

                           Entre foles, filtros e lentes, tento imaginar o manejo  físico através do resultado de cada invento “engenhocas”, em época que originais analógicos eram preciosos e únicos. Os slides revelados de uma coleção de viagem, eram projetados em tela ou paredes brancas após a revelação química e apreciados pela família e convidados como um evento de confraternização, ali se revivia os momentos em horas imperdíveis. Era profissional aquele fotografo que dominava as técnicas e ajustes das câmaras fotográficas analógicas, a leitura de luz, as escolhas do diafragma e velocidades, o desafio da leitura ótica no manual e as escolhas próprias do foco e fotometria. Era profissional aquele fotógrafo que, dominava e reinventava o invento em construção artesanal copiadores, duplicadores de originais, reinventando a foto.

                               Nesta guerra de titãs, foi que me embrenhei de corpo e  alma neste projeto, eu, vinda de uma escola tradicional analógica, com grandes mestres profissionais e desafiadores da fotografia analógica, me foi permitido esta experiência no passado, entre lentes, filtros, foles, recortes de papelão e muita fita isolante desconstruindo caixas pretas construindo câmaras escuras e fazendo pinhole ("buraco de agulha"), busquei na minha origem quando brincávamos com lente de aumento, hoje dioptrias...com um  “slide copier”, duplicador de slides e tiras de negativos, um conjunto de lente de aproximação, um tripé e a cabeça do pau de selfie... ajustei meu smartphone , toquei minha primeira cópia de slide, com um foco impressionante, preciso e a fidelidade da copia ao original é fantástica, que em outros experimentos em ferramentas digitais disponíveis no mercado não consegui tal qualidade , me senti um Nièpce, um Daguerre ou um Giovane Della Porta. No envolvimento da criação e tocando, copiando cada vez mais e melhor os originais de slides no próprio celular no ato do disparo, encantada com a praticidade, a agilidade do analógico dando as mãos ao digital... cópia é muito próxima ao original, sem contar que faço edições, as correções de luz , os tipos de iluminação, e a inversão de negativos para positivos no próprio celular no ato fotográfico.

                               Agora nomear este invento..... não consigo um bom slogan... como no passado o segundo grande momento da fotografia  com a Kodak de Jorge Eastmam (5):

                               “ Você aperta o botão e nós fazemos o resto “

 

   

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BONAVENTURA CARIOLATO " O POETA DOS PINCÉIS"

    Design Gráfico e Fotografia Profª Esp. Marisa Felice Porta. Novembro 2016

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